(pt) Portugal, Acção Directa #4 - p8 - A Fechar
a-infos-pt ainfos.ca
a-infos-pt ainfos.ca
Quarta-Feira, 6 de Março de 2013 - 09:38:01 CET
Comuna Kronstadt ---- Uma casa okupada nos anos 70 em Lisboa ---- Hoje, em que tanto se
fala em casas ocupados e espaços autogestionados, vale a pena recordar aquela que foi a
primeira casa ocupada por anarquistas em Lisboa após o 25 de Abril de 1974 e a que foi
dado o nome de “Comuna Kronstadt”, em homenagem aos marinheiros deste porto russo que,
depois de se terem levantado contra o Czar, foram também os primeiros a revoltarem-se
contra o novo poder autocrático dos bolcheviques. ---- A ocupação deverá ter acontecido
nos finais de 1974, início de 1975, e foi levada a cabo por jovens anarquistas portugueses
e espanhóis que, na altura, ainda Franco era vivo em Espanha, procuravam em Portugal seja
o exílio, seja a participação no processo português que, na altura, se entendia como
potencialmente revolucionário.
O palacete situava-se na rua Ribeiro San-
ches, à Lapa, junto à rua das Janelas Verdes
e estava num adiantado estado de degrada-
ção. O rés do chão estava ocupado por um
recolector de papel e de cartão, enquanto
que o segundo andar estava já sem condi-
ções de habitabilidade.
Ao longo dos anos (o palacete esteve ocu-
pado até talvez finais dos anos 70) foram-se
fazendo obras de restauro no 1o andar (casa
de banho, portas, vidros, etc.) e pela
“Comuna Kronstadt” passaram e viveram
algumas dezenas de jovens, a maioria liber-
tários, e ali se realizaram muitas reuniões
anarquistas, foram preparadas manifesta-
ções, etc.
Algumas vezes também a policia fez surti-
das no espaço, apreendendo algum material.
Posteriormente o edifício (hoje, na foto) foi
recuperado e transformou-se numa residên-
cia de luxo.
a.
----------------------------------
Na Associação Cultural “é neste país”
Colectivo Libertário promoveu debate sobre “Troca”
Tal como estava previsto
realizou-se no dia 1 deste
mês a projecção do docu-
mentário “A Troca” sobre a
experiência argentina de um
sistema de trocas que che-
gou a atingir 6 milhões de
pessoas no início dos anos
2.000.
À projecção do filme - uma
iniciativa do Colectivo Li-
bertário de Évora, a que se
juntou a associação cultural
“é neste país”, cedendo as
instalações - seguiu-se um
animado debate.
Apesar do número de pesso-
as presentes não exceder a dezena a conversa
foi interessante, tendo havido intervenções
que detalharam a experiência argentina com
mais pormenor e outras que abordaram a ne-
cessidade de, neste momento de crise econó-
mica e social, se encontrarem fórmulas co-
muns que permitam um funcionamento em
rede da sociedade e em que o sistema de troca
tenha alguma expressão.
Importante foi também o
relato da experiência que
um grupo de moradores
de Évora tem vindo a
fazer nesta matéria. Apro-
veitando o facto de no dia
seguinte (dia 2) se ir reali-
zar um espaço de trocas
numa quinta na zona da
Garraia (onde existe esta
prática já há algum tem-
po, embora restrita a pro-
dutos hortícolas, compo-
tas, etc.), uma das promo-
toras da iniciativa expli-
cou que em cada edição
de trocas aparece mais gente e mais produtos
e que tem sido uma experiência importante,
que é preciso alargar a outro tipo de áreas,
nomeadamente aos serviços.
O filme “A Troca”, com legendas em portu-
guês, pode ser visualizado em:
http://www.youtube.com/watch?
feature=player_embedded&v=3kkXle4pG2Q
-----------------------------------------
“A liberdade não se concede, conquista-se”
Pedro Kropotkin
---------------------------------
I
Surgindo vem ao longe a nova aurora,
Que os povos há-de unir e libertar,
- Desperta, rude escravo, sem demora,
Não leves toda a vida a meditar.
Destrói as cruas leis da sujeição
E quebra as vis algemas patronais!
O mundo vai ter nova rotação,
Os homens hão de ser todos iguais.
Côro
É justo aos parasitas dar batalha,
A terra só pertence a quem trabalha.
II
Labutas atrelado ao cruel jugo,
Em troca da miséria por desdouro,
Enquanto o teu patrão, o teu verdugo,
Aumenta à tua custa o seu tesouro.
É tempo já de erguer bem alto a voz,
Bradar ao causador do teu sofrer:
- A terra foi legada a todos nós;
Trabalha tu também, é teu dever.
Côro
É justo aos parasitas dar batalha,
A terra só pertence a quem trabalha.
III
Terrível convulsão sacode a terra
Sedenta de justiça e Liberdade.
À guerra de opressão sucede a guerra
Que tende a redimir a humanidade.
Saudemos, pois, o facho do porvir,
Das hostes comunais suprema luz.
O lema do futuro é produzir;
Dos lucros só partilha quem produz.
Côro
É justo aos parasitas dar batalha,
A terra só pertence a quem trabalha.
Letra João Black
Música maestro Del-Negro
More information about the A-infos-pt
mailing list