(pt) Cuba, Entrevista a Isbel Díaz Torres - interview by Felix Sautié Mederos, libertário cubano
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Sexta-Feira, 13 de Dezembro de 2013 - 17:06:50 CET
Isbel Díaz Torres é um biólogo cubano e uma das figuras cimeiras do actual movimento
libertário em Cuba. Blogger, poeta, membro da Rede Observatorio Crítico esteve
recentemente detido por promover um debate sobre a nova Proposta de Código de Trabalho num
dos parques da Cidade de Havana. ---- Felix Sautié Mederos: Filósofo e economista,
fundador do Partido Comunista Cubano, é um dos mais conhecidos e respeitados intelectuais
“dissidentes” do regime. Católico, tem estado ligado nos últimos anos à plataforma
Socialismo Participativo y Democrático (SPD) ---- “Isso a que chamam “esquerda” também
participou nos horrores da nossa civilização” ---- (…)Felix Sautié Mederos: Amigo Isbel,
sei que és biólogo, de cuja profissão, na minha opinião, fazes um emprego público de
elogiável utilidade social através do boletim EL GUARDABOSQUES.
Sei, também, que és poeta e que como parte da Rede Observatório Crítico publicas com
regularidade no seu blogue em que se divulgam e convocam campanhas de mobilização e
participação pública a favor da conservação do meio ambiente e da natureza em geral. Podes
explicar-nos que influências deram origem à formação das tuas ideias e convicções
ideológicas e políticas, assim como à tua formação intelectual e profissional. Que fazes
em concreto, qual é a tua actividade quotidiana, a que te dedicas? Como te definirias a ti
próprio, consideras-te parte da Nova Esquerda Cubana?
Isbel Díaz Torres: A minha primeira militância foi como membro da União de Jovens
Comunistas. Cheguei a dirigir o Comité de Base da UJC do meu ano, enquanto estudava no
curso de Biologia na Universidade de Havana, por volta de 1998. Foi uma aprendizagem
interessante, pois o ambiente da UJC universitária conduziu-me a uma profunda convicção de
que esse não podia ser o caminho para a construção do socialismo. Fui testemunha de como
se pretendia formar uma juventude acrítica, submissa, irreflexiva, disciplinada e com uma
fé cega nos líderes da Revolução; uma revolução da qual não éramos protagonistas. Uma vez
convencido disso, renunciei ao cargo. A apatia política e a decepção marcaram a minha
passagem pela Universidade e anularam-me como ser político durante vários anos. Só o crime
ecológico que significou para mim a poda extrema de uma Ceiba (árvore tropical de grande
porte – NdT) centenária, no bairro de San Augustín, quase 10 anos depois, me fez sair
daquela modorra.
Apesar da minha formação como biólogo é o meu olhar crítico sobre essa mesma formação que
determinou, na maior parte dos casos, as minhas posições ambientalistas actuais. A
capacidade para uma análise holística da realidade, em conjunto com a informação
disponível sobre o actual estado de coisas no planeta (e em Cuba), fizeram que me situasse
talvez nos antípodas do modo como muitos entendem a ciência na Ilha, tão longe de qualquer
activismo, tão despolitizada e tão manipulada pelas esferas burocráticas do poder.
Por outro lado, a poesia tem sido outro dos principais vectores que me definem. A
possibilidade de criar, de provocar, de comunicar alguma coisa aos que me rodeiam, tem um
poder incalculável. Ao mesmo tempo, a poesia ajuda a colocar-me num plano de humildade
face aos dramas humanos, quando conflitos de ética, estética, política, moralidade, ou
qualquer outro, se desenrolam perante mim. Uma nova possibilidade para abordar as
problemáticas, abrindo a porta a soluções, às vezes insuspeitas e quase sempre
revolucionárias.
Pela minha parte, considero que o termo de “Nova Esquerda Cubana” é impreciso. Julgo que
quem quiser que esteja integrado nesse conceito faz parte de um continuum no pensamento da
esquerda cubana É possível que a visibilidade agora seja maior, graças às actuais
tecnologias de informação, mas certamente antes de mim (e vários dos meus companheiros/as
do Observatório Crítico) existiam na Ilha vozes críticas pensando e fazendo por um
socialismo à escala humana. De qualquer modo, sinto que faço parte desse movimento, que se
podia chamar de esquerda, ou anticapitalista ou altermundista. No fim de contas, já
sabemos que as etiquetas muitas vezes acabam por nos fazer uma rasteira, e isso a que
chamam “esquerda” também participou nos horrores da nossa civilização”.
O que, sim, se poderia destacar do meu posicionamento e de outr s que me rodeiam, é a
inclusão duma perspectiva libertária que foi truncada da realidade cubana (e extirpada da
sua história) durante a década de 60. Daí para cá, o pensamento de esquerda colocou a sua
centralidade num modelo de Estado, mais ou menos poderoso, mais ou menos permissivo; ao
contrário, a nossa perspectiva actual tem como centro a construção de um modelo de
sociedade horizontal, descentralizada, crítica, que impeça a instauração de autoritarismos
de qualquer tipo.
Talvez seja também inédita esta nossa vontade de nos posicionarmos à esquerda dos grupos
burocráticos actualmente no poder, assim como de abandonar a estratégia de “defesa” da
Revolução e substitui-la pelo “desenvolvimento” ou “radicalização” da Revolução. Para
isso, um bom caminho poderia ser a procura daquilo que o meu camarada Mario Castilho
baptizou como “os conteúdos populares da Revolução Cubana”
Felix Sautié Mederos:Tal como perguntei a Dmitri Prieto numa recente entrevista para “Por
Esto! Pregunta” gostava que explicasses aos nossos leitores a tua participação na Rede
Observatório Crítico. Como te integraste no OC e que é, em concreto, essa Rede que tem uma
importante página WEB e envia por correio electrónico um conjunto de artigos e informações
a uma ampla lista de pessoas em Cuba e no exterior. Quais são os vossos propósitos e que
resultados vão tendo?
Isbel Díaz Torres: Cheguei ao OC (que nessa altura não existia como Rede) graças à
Associação Hermanos Saíz, organização em que integrava a secção de Literatura. Num
encontro na sede do Pavilhão de Cuba conheci a dois dos fundadores das iniciativas OC:
Mario Castillo e Armando Chaguaceda, que de imediato se ofereceram para colaborar com o
projecto EL GUARDABOSQUES (fundado dois anos antes em conjunto com um grupos de amig s).
Esse encontro evitou que EL GUARDABOSQUES desaparecessece, uma vez que sem colaboração e
novas energias, os projectos vão enfraquecendo. De maneira que fui convidado ao Terceiro
Observatório Crítico, no parque de campismo Boca de Jaruco, onde conheci grande parte do
núcleo que até agora tem trabalhado em conjunto. Nesse ano de 2009, o OC deu o passo
importante de se converter numa Rede de trabalho permanente, indo mais além da iniciativa
que se celebrava anualmente.
Deste modo a Rede OC foi sendo construída por si mesma. É um espaço de apoio e
solidariedade, mas também de acompanhamento, de empreendimento, de reflexão e de acção
social. Pretendemos trabalhar em vários horizontes de acção e afinidade: autogestão,
investigação, memória histórica, ecologia, educação, equidade de género, artes, equidade
racial, mundo de vida popular, tecnologia e outros; ainda que na realidade estejamos
juntos em todas as acções e iniciativas. Embora não estejam todas representadas, existe
uma ampla diversidade de posições no interior da Rede (reflexo da Cuba actual), peloq eu é
fácil imaginar os muitos debates que travamos, o que é um exercício duro, mas imprescindível.
Com o tempo conseguimos ter um perfil reconhecível ao nível internacional, apesar de só
dispormos de um blogue e do boletím COMPENDIO OC. A nível nacional o reconhecimento
acontece em dois planos bem perceptíveis: um grande número de pessoas em todas as
provinciais lêem os nossos artigos ao receberem o COMPENDIO OC nas suas caixas de correio
electrónico e outro grupo mais reduzido encontra-se ao nível comunitário, onde a Rede e os
seus projectos de características independentes incidem de maneira sistemática. É
imprescindível assinalar que em ambos os planos, as dificuldades burocráticas de quem
prefere o uso da força à razão e ao diálogo, limitam de maneira considerável o potencial
impacto do projecto, que seria muito benéfico para o desenvolvimento social e para os
empoderamento d s cidadãos/ãs.
Uma das principais críticas aos espaços de debate intelectual na Ilha tem sido o seu quase
nulo impacto ao nível social, fora das cúpulas letradas. Se a aproximação às comunidades
(trabalho que desde o OC sempre assumimos como imprescindível), para além da sua
complexidade intrínseca, é obrigado a ter lugar debaixo dos mecanismos coercivos de
entidades burocráticas que actuam com o critério de “Praça Sitiada”, o que distorce os
nossos esforços e propósitos, destroem alianças, desinformam, ameaçam activistas e
cidadãos/as; é possível, por isso, imaginar quão árdua tem sido a nossa tarefa. Isto
mostra também o nível de vulnerabilidade em que vive a sociedade civil cubana, à mercê de
estruturas burocráticas que agem por cima da Constituição, sem que lhes importe violarem
leis nacionais ou internacionais.
Talvez estes procedimentos obsessivos de quem quer controlar tudo seja o preço que temos
que pagar pelo nosso desejo de autonomia (depois da quarta edição do Obesrvatório Crítico,
em 2010, a rede tornou-se independente dos auspícios da Associação Hermanos Saíz) e
procurámos a nossa legitimidade não nas instituições estatais, mas sim nas comunidades e
noutros grupos ou pessoas afins.
As ideias libertárias atravessam o nosso modelo organizativo, mesmo quando ainda não seja
possível dizer que a totalidade dos indivíduos ou projectos da Rede partilhem uma
perspectiva anarquista ou anarco-sindicalista. O respeito por tod s e o desejo de que a
diversidade possa confluir com clareza, é um dos princípios fundamentais do OC, que recusa
esquemas verticais e/ou autoritários.
Felix Sautié Mederos: Conheço também os teus esforços e lutas a favor da diversidade da
sociedade e contra o machismo e a homofobia tão comuns nos nossos meios sociais; como é
que estes princípios e esforços se coordenam com as ideias libertárias, democráticas e
socialistas daquilo que se designa como Nova Esquerda Cubana. ? O que é que podes dizer
relativamente a isto, em concreto, para informação dos leitores de Por Esto?
Isbel Díaz Torres: Entendo que todas as discriminações são irmãs: por isso @s
discriminad s deveríamos trabalhar junt s, também como irmãos/ãs. Fui testemunha
(testemunho doloroso) do exercício da discriminação, não de gente com poder (lhe
poderíamos chamar homem, branco, “culto”, heterossexual, rico), mas sim de indivíduos que,
por sua vez, sofrem algum tipo de discriminação. Assim um negro despreza um gay, uma
mulher despreza um negro, um gay despreza um pobre, um “inculto” despreza uma mulher, etc..
É imprescindível estabelecer alianças entre estes grupos sociais discriminados e, para
isso, muitas vezes há que começar por cada um(a) se reconhecer como discriminador(a). A
autocrítica e a humildade seriam muito úteis nesta luta em que, no entanto, s sociedade
cubana tem tido modestos, mas formosos progressos.
Um certo pensamento de esquerda quis, durante décadas, reduzir todo o dilema a um
“conflicto de classes”. Creio que já superámos esse estádio (o que não foi pouca coisa) e
acrescentámos a esse real conflito de classes muitos outros que enriquecem, tornam mais
complexo, mas sobretudo dão pistas do porquê de muitos projectos emancipatórios, no final,
terem ido pela sanita abaixo, quando tentaram homogeneizar os indivíduos e desconhecer as
diversidades.
Faço parte do Projecto Arco-Íris, que se declara independente e anticapitalista, e promove
acções e informação sobre as lutas contra as discriminações com origem no sexo, orientação
sexual ou identidade de género em Cuba. Ainda falta dar forma a uma comunidade LGBT na
Ilha que possa colocar as respostas que precisa para sentir-se plenamente livre e
juridicamente protegida. As iniciativas estatais nos últimos anos avançaram muitíssimo,
sobretudo trazendo informação e visibilidade, mas estou convencido de que só a pressão
popular dos gays, lésbicas, bissexuais e transsexuais cubanos conseguirá que se aprovem
leis que permitam , pelo menos, equiparar-nos do ponto de vista do direito às pessoas
heterossexuais.
Felix Sautié Mederos: Relativamente ao problema da discriminação racial, bem como da
política de exclusão, autoritarismo centralização em Cuba. Que podes explicar-nos a este
respeito? Na tua opinião existem realmente estes problemas e como é que os podemos
enfrentar no sentido de lhes encontrar uma solução?
Isbel Díaz Torres: A discriminação racial e o racismo existem na Cuba contemporânea. Já o
observei com os meus próprios olhos (inclusivamente sofri-o na própria carne). O fenómeno
manifesta-se tanto ao nível individual e de sociedade, como no interior das instituições
estatais e na generalidade das estruturas de poder. A profunda crise dos anos 90 serviu,
entre outras coisas, para destapar verdades camufladas da sociedade. A pequena “retirada”
do Estado, para dizê-lo de alguma forma compreensível, e a abertura forçada a que foi
obrigado na altura, fizeram com que o racismo oculto (silenciado por decreto algumas
décadas atrás, mas nunca extirpado) viesse à superfície, desta vez com uma carga de
cinismo e de nudez verdadeiramente ofensivos.
De tal modo, as actuais reformas económicas relacionadas com a liberalização do mercado,
ensaiadas sem nenhuma legislação que proteja de modo efectivo os sectores mais
vulneráveis, significaram, no final, exercícios de discriminação racial. O racismo
institucional dos perfis criminais ensinado nas escolas de polícia, dos padrões nas
escolas de ballet ou nas danças folclóricas, dos galãs e heroínas nas telenovelas
nacionais, etc., passou com total “naturalidade” às exclusões motivadas pela cor da pele
nos negócios vinculados ao turismo, à sub-representação de negr s nos cursos
universitários e a sua sobre-representação nas prisões e nos bairros marginais.
Apesar do surgimento de valiosas iniciativas cidadãs e institucionais (a aparição da
Confraria da Negritude e do Capítulo Cubano da Articulação Racial Afrodescendente da
América Latina e do Caríbe (ARAAC) constituem balizas nesse sentido) no seio das
populações afrodescendentes, como parte da sociedade que são, também se reproduzem os
estereótipos discriminatórios e continuam os padrões de consumo e os modelos de beleza
produzidos a partir das elites do poder económico e político.
É preciso legislação mais explícita que proteja estes sectores e, em geral, que a
sociedade respeite as suas próprias leis. As carências democráticas do desenho cubano (e
sobretudo o pôr-se em prática) são uma dificuldade significativa que, forçosamente, se
terá que resolver. Contudo, a realidade de sociedades contemporâneas, que se apresentam
como muito “democráticas” e que dão um tratamento mais frontal a estas questões,
demonstram que não é suficiente o reconhecimento dos direitos e a promulgação de leis que
os referendem. Nenhuma lei entrará na casa das pessoas e modificará as lógicas familiares
que contêm arreigados elementos discriminatórios.
Por isso, a solução não poder ser única; nem sequer deve vir de uma única parte. Sem
dúvida que se tivermos em atenção uma frase profundamente sábia de Paulo Freire, quando
diz: “Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta só. Os homens (e as mulheres)
libertam-se em comunhão”, compreenderemos que se não se consegue essa “comunhão” no
interior de uma parte significativa da população dificilmente se conseguirá transformar a
sociedade. Há muito que “des-aprender, descolonizar o nosso olhar e, ao mesmo tempo,
deixarmos o papel de vítima para assumirmos o de quem decide lutar.
Felix Sautié Mederos: Pergunto-te directamente, na tua opinião de jovem e destacado
intelectual. Na nossa sociedade há uma ruptura geracional? Se há, como a vês e o que é que
se deve fazer, na tua opinião, para enfrentá-la? Há jovens integrados nestas lutas ou será
que todos sonham com sair do país, como alguns dizem?
Isbel Díaz Torres: Sim, há uma profunda ruptura geracional que eu, particularmente, vejo
em dois sentidos: – o que mais salta à vista é um plano onde NÃO convergem as gerações que
são hoje jovens comas gerações que foram jovens antes ou imediatamente depois do triunfo
de 1959: o plano das fidelidades. As gerações actuais não respondem aos mesmos códigos que
as anteriores. O que significou o triunfo revolucionário, a alteração substancial ao
ordenamento social, os avanços que têm a ver com o acesso a benefícios sociais como o
trabalho, a saúde, a educação, ou simplesmente o fim do massacre batistiano (de Fulgêncio
Batista, o ditador deposto em Cuba em 1959 NdT), são apenas e só história para @s jovens.
O carisma de uma figura como Fidel Castro que, para mais, também diminuiu sensivelmente a
sua influência, pelo que as quotas de legitimidade têm vindo a diminuir.
Muitas pessoas pertencentes às gerações fundadoras, apesar de verem frustrados os seus
sonhos, apesar de inúmeros fracassos pessoais de índole profissional, familiar,
intelectual ou económico, mantêm rígida a sua fidelidade (que às vezes nem podem mostrar).
Na minha opinião, isso deve-se a uma real r profunda transformação iniciada em 1959, mas
também a um doutrinamento sistemático, centralizado, autoritário, férreo, que sofreram
muitas dessas gerações, que as condicionou de modo indelével.
As actuais gerações, pelo nosso lado, beneficiámos daqueles êxitos de maneira “natural”,
não como uma conquista pelas quais morreram pessoas. Algumas dessas conquistas, para
cúmulo, sofreram um franco retrocesso. (Exemplos: o direito ao trabalho acaba de ser
apagado do Projecto de Código do Trabalho que a burocracia tenta impor às/aos cuban s,
pelo que dificilmente podemos dar alguma legitimidade a uma elite que persiste em
manter-se no poder e que implementa dramáticos cortes sociais.
O segundo plano em que reconheço a ruptura geracional tem a ver com o plano das utopias.
Ao mesmo tempo que boa parte das gerações fundadoras mantêm a sua fidelidade (que pode
estar depositada em Fidel, na Revolução, no Socialismo ou em qualquer outro símbolo),
carregam uma incapacidade para imaginar um futuro para a Ilha. Sobretudo, para imaginar um
modelo social alternativo ao capitalismo hegemónico e que para o qual hoje os economistas
cubanos olham lambendo os lábios.
Este segundo aspecto, claro, que os põe em sintonia com boa parte da juventude cubana que
apenas aspira a colmatar as suas necessidades de consumo, mas divorcia-os daqueles que
refundámos os nosso sonhos de um futuro claramente socialista, verdadeiramente emancipado
da exploração de qualquer tipo e que defendemos o protagonismo popular no aperfeiçoamento
anticapitalista e antiautoritário da sociedade na nossa Pátria. Criar novas situações
libertadoras para Cuba, face à crise social actual e ao expansivo sentido comum do
capitalismo que se propaga na actualidade, mão parece que esteja nas agendas de boa parte
daquels que integram essas gerações fundadoras.
Não obstante, não creio que seja desnecessário esclarecer que o termo “gerações” é
bastante enganador e existem pessoas que, certamente, não se sentirão reflectidas no que
aqui esbocei. Para mais, é desejável e necessário superar essas rupturas. O OC
(Observatório Crítico) é uma mostra daquilo que é possível, pois em conjunto com jovens
activistas que integram a Rede, trabalham companheiros de muito mais idade, cujas
contribuições acabaram por ser imprescindíveis nas nossas tarefas. Exemplos são Tato
Quiñones, Pedro Campos, Ovidio D’Angelo, Félix Sautié e alguns outros, cada qual com as
suas posições, as suas fidelidades, as suas militâncias e sempre com bastantes e coerentes
argumentos; mas o mais importante: com o interruptor da “utopia possível” ainda aceso.
(…)
Tradução CLE
Aqui: http://www.poresto.net/ver_nota.php?zona=yucatan&idSeccion=24
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