(pt) Aurora Obreira #25 - A Organização e sua estrutura (en)
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Sexta-Feira, 12 de Abril de 2013 - 17:29:32 CEST
(Continuação do texto Prática Libertária da edição anterior) ---- Mobilizar é diferente de
organizar, uma completa a outra. O movimento deve mobilizar e organizar, sem mobilização,
não se organiza o movimento. ---- Para mantermos organizados, as mobilizações atuam como
agentes de atração para organização. As mobilizações são orientadas para “dificuldades” ou
“festas”. As “festas” são eventos culturais e de propaganda, geralmente visando
conscientização e divulgação do movimento e de determinadas necessidades. A
“dificuldades” são situações problemas, como falta d´água, luz, remédios, habitação,
salário, terra, etc. ---- O movimento precisa se organizar, de preferência em estruturas e
métodos libertários: ---- -Formar núcleos, comitês, coordenações que destinam a uma luta
ou conjunto de lutas identificas e determinadas por nossa classe (carestia, antifascismo,
moradia, educação, etc), sempre de orientação aberta, autogerida, horizontais (ninguém
mais que ninguém e iguais em direitos e deveres) e se necessário delegação de caráter
revogável e trocável conforme as avaliações gerais dos participantes.
Com isso vai criando uma prática diferente do modelo institucional.
Atenção:
O Modelo Institucional Político (eleitoral representativo): A tendência nesse modelo são
os partidos e políticos tomarem conta e virarem “representantes” do movimento, levando a
luta para o terreno parlamentar e burocrático (reformista) e levando a desmobilização e
desarticulação da organização direta de classe e gerando uma estrutura institucional
“legal e formal”, feita e orientada acima de tudo por advogadxs; recebendo até subsídios
do Estado para existir, perdendo o caráter de emancipação da nossa proposta.
A autogestão é um processo que prepara nossos companheirxs a ação direta, a participação
nas reuniões e assembléias e orientar sempre para uma prática não-autoritária. É o
aprendizado de uma outra política, coletiva e aberta, onde todxs participam, entendendo
que direitos são frutos de responsabilidades e deveres acordados diretamente nessas
instâncias, a construção da organização acontece durante a sua construção, assim não há
organização pronta antes de sua construção (muito comum nos modelos ditos “plataformistas”
ou “específicos”, que já começam com um programa pronto, uma estrutura pré-moldada a ser
habitada, muito estranho ao anarquismo, por sinal!).
Também difere do modelo jurídico atual.
Atenção:
O Modelo Jurídico: O discurso da “legalidade” e “formalidade” que domina a sociedade
através do Judiciário, é orientado para atender aos interesses e manutenção do sistema
vigente, isto é, do capitalismo. Assim, será muito difícil pela via jurídica, um processo
de mudança de sistema social. Ele ainda criou um hábito/vício de sempre apelar para a Lei,
para Autoridade, para a Repressão (polícia e forças armadas) para resolver os conflitos
sociais pendendo sempre para manutenção da ordem, do sistema atual e criminaliza as
mobilizações, organizações da classe explorada e oprimida (quando não absorvendo-as e
regularizando, tirando suas características de luta, deixando-as “reformistas”).
O compromisso dxs companheirxs e suas ações ampliam a mobilização e a organização,
trazendo mais companheirxs pela referência de luta concreta que ocorrem. Assim, é
importante que xs companheirxs sempre se envolvam, compartilhando as atividades que a
organização e mobilização exigem. É possível até identificar alguns perfis dxs
companheirxs, como:
Gestorxs: Assumem tarefas e participam ativamente da organização e da mobilização. Não são
“lideres”, mas assumem vários compromissos do movimento de forma voluntária (geralmente
nas coordenações);
Militantes: Envolvem conforme as necessidades, atuam de forma direta nas mobilizações e
organização;
Ativistas: Colaboram diretamente, são práticos e atuam nas mobilizações, mas em muitas
vezes não assumem compromissos de organização, se colocam como “simpatizantes”;
Colaboradorxs: Dão apoio as mobilizações e a organização, mas sem se envolver de fato,
ficam distantes, aparecendo esporadicamente;
O movimento social sem estrutura organizada é um movimento sem sustentação. Assim, na
medida que nossa classe se desenvolve nesse processo, ela assume o compromisso com a luta
de se emancipar, tendo claro a razão de que é explorada e oprimida, levando a fortalecer a
organização libertária, a qual será a base para a construção do socialismo libertário
(anarquismo), de bem estar e liberdade para todxs.
Articulação das Lutas
O processo de emancipação de nossa classe tem base nas diversas lutas existentes. É
natural que isso seja articulado, unido para ampliar a força da luta. A união nesse caso
não abrir mão da autonomia de cada grupo ou de seu perfil, mas unir em torno de questões
em comum. Deve-se sempre colocar de lado os palanques oportunistas, politiqueirxs,
partidárixs e parlamentaristas eleitoreirxs e denuncia-lxs como oportunistas que atrasam a
luta de emancipação de nossa classe.
Combinação das diferentes formas de luta
A luta de emancipação é feita por diversas formas. O desenvolvimento dessas formas e a
união delas é que o movimento cresce. É claro que se deve aprender a entender cada uma,
suas potências e fraquezas, buscando diversificar a prática de luta. Todas são
importantes, como é natural também a preferência de uma à outra (muitas vezes por motivos
peculiares e pessoais), evitando disputas ou brigas internas por isso. O importante é
manter a coerência e o foco com o objetivo da luta: emancipação dxs oprimidxs e exploradxs.
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