(pt) Brazil, É hora de avançar! - Fortalecendo nossa organização. Defendendo nossos direitos! by Federação Anarquista Gaúcha - FAG - CAB (en)
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Domingo, 7 de Abril de 2013 - 09:57:36 CEST
É hora de reforçarmos o espírito de seguir ocupando as ruas, exercendo a ação direta, não
se intimidando com a ação repressiva da brigada e muito menos com a campanha de difamação
que nesse momento desenvolve a grande imprensa. Nessa guerra psicológica, joga um papel
especial a RB$ e seu gorila de plantão, Lasier Martins. Não podemos confundir opinião
pública com a agitação destes meios, que mais do que nunca, exercem o papel de aparelho
ideológico das companhias de ônibus e da administração Fortunatti (PDT). Sabemos, e temos
presenciado nos atos e pontos de ônibus, em nossos locais de trabalho e estudo, que
aqueles/as que de fato necessitam de ônibus, em sua grande maioria estão solidários/as
conosco e, é essa a opinião que nos interessa, uma opinião de classe, dos/as
trabalhadores/as, desempregados/as, dos/as oprimidos/as desta cidade!
A semana que sucedeu o anúncio do aumento nas tarifas de ônibus em Porto Alegre foi
marcada por uma reação popular há tempos sem precedentes. Após anos de protestos contra os
abusivos aumentos que não passavam de pequenas demonstrações de repúdio com pouca ou
nenhuma repercussão, ainda assim de grande importância, as coisas felizmente começaram a
tomar um novo contorno desde o começo deste ano. Longe de terem sido mobilizações
virtuais, essa reação é fruto de um árduo trabalho de inúmeros companheiros e
companheiras, onde modestamente temos aportado nossa contribuição.
Ao ser retomada a constituição do Bloco de Luta pelo Transporte Público, espaço
organizativo que dinamizou as lutas ao longo do último ano, mas que por inúmeros fatores
se dissolveu em meio a diversas disputas, o movimento logrou uma maturidade ímpar de
acumular forças em um espaço organizativo plural. A necessidade de uma unidade maior, com
o estabelecimento, a cobrança e execução de acordos, garantiu a permanência do Bloco,
dinamizando ações e potencializando uma importante unidade que se desenvolveu com os
trabalhadores rodoviários em luta contra a patronal e a corrupta burocracia de seu sindicato.
Tivemos momentos importantes junto aos trabalhadores rodoviários. Ombro a ombro trancamos
algumas garagens com a companheirada dessa digna categoria, um ato de solidariedade de
classe que pronto foi retribuída em nossas mobilizações, quando era nítida a manifestação
da categoria em apoio à luta. A unidade em torno do Bloco, portanto, foi algo que para
além de dinamizar a relação com inúmeras entidades e agrupações estudantis, forjou essa
importante unidade com os/as trabalhadores/as do setor, uma conquista sem precedentes não
apenas nas lutas contra o aumento da passagem e pelo passe livre estudantil e para
desempregados, mas para o conjunto das lutas sociais em nossa cidade e estado. Na prática,
demonstramos o princípio da
solidariedade de classe e que é possível acumular e avançar contra nossos inimigos quando
unificamos e coordenamos as lutas.
Para além do Bloco, nossa militância também esteve envolvida na articulação de outro
importante espaço organizativo, a Frente Autônoma (FA). Organizando companheiros/as sem
filiação partidária e oriundos/as das mais distintas vertentes libertárias, a FA foi um
importante espaço para garantir uma maior organicidade deste setor e cobrar a coerência
frente aos acordos estabelecidos em conjunto com as demais forças. Para além disso, também
dinamizou a execução de determinados trabalhos de base com maior autonomia, como a
ocupação de importantes terminais rodoviários, onde realizamos panfletagem e discussão com
o povo ali presente.
Todo esse longo trabalho de formiga se manifestou na última semana, após o anúncio do
aumento. O forte trabalho organizativo e agitativo, aliado a indignação de mais um aumento
abusivo, que este ano contou inclusive com o rechaço do Tribunal de Contas do Estado
(TCE), que apontou superfaturamento na tarifa, indicando o valor de R$2,60, resultou no
estalar das maiores mobilizações contra o aumento que a cidade já presenciou. Logo na
segunda-feira, 19/03, foram 2 atos coordenados e simultâneos que bloquearam duas das
principais avenidas de Porto Alegre: as Avenidas Bento Gonçalves e Ipiranga, nas
respectivas alturas do Campus do Vale da UFRGS e da PUC. A repressão da choque no ato na
PUC e a constante provocação da Brigada aos que marchavam na Bento não conseguiu acabar
com os atos, que se juntaram em frente a PUC, estendendo o bloqueio da Ipiranga até as
22h. Demonstramos a força do movimento nas ruas. Na quarta-feira, os atos atingiram seu
ápice. Milhares de lutadores(as) dizendo NÃO ao aumento, concentrados em frente a
prefeitura e exigindo a redução da tarifa. Depois de um empurra-empurra em frente a porta
do prédio, onde se tentou forçar a entrada, algumas “bombas” de tinta são arremessadas,
chegando a atingir o secretário municipal de coordenação política e governança, César
Busatto. Busatto é o mesmo que, quando chefe da casa civil do governo Yeda (PSDB), foi
acusado de chefiar a pilhagem de verbas do Detran para organização de caixa dois. Ao ser
atingido por tinta, Busatto saiu a público fazendo um escândalo, como se houvesse sido
alvejado por balas de fogo e acusando-nos de dano e prejuízos aos cofres públicos.
Em meio à essa tensão, uma companheira foi arrastada a força pelos agentes de segurança
para dentro da prefeitura e algemada. Era a faísca que faltava para exaltar os ânimos de
companheiros/as exaustos/as de tanta humilhação e desrespeito promovidos por essa aliança
entre poder público, empresas de transporte e meios de comunicação de massa. A resposta
foi imediata e à altura, quando iniciou-se, espontaneamente, frisamos, o apedrejamento das
janelas da prefeitura e de algumas viaturas da guarda municipal. O batalhão de choque foi
acionado, atirando bombas de efeito moral e avançando sadicamente em direção a um
companheiro que se encontrava parado. O resultado: o companheiro atirado de cabeça em cima
de um meio fio, pisoteado e ferido gravemente. Até o momento não temos informações sobre
este companheiro e tememos pelo pior.
Mesmo com a forte repressão do choque, o movimento deu mais uma contundente demonstração
de força, acúmulo e disposição de seguir em frente, haja o que houver. Manteve sua
unidade, não dispersou frente ao covarde ataque do choque e seguiu em marcha ao palácio da
polícia para corretamente reivindicar a liberação da companheira detida. É importante
enfatizarmos que, assim como a solidariedade de classe que temos desenvolvido com os/as
trabalhadores/as rodoviários/as, a solidariedade para com companheiras/os presas/os também
é princípio. Se tocam um/a, tocam todos/as, e essa convicção deve estar entranhada em
todos nós quando tomamos as ruas.
É hora de reforçarmos o espírito de seguir ocupando as ruas, exercendo a ação direta, não
se intimidando com a ação repressiva da brigada e muito menos com a campanha de difamação
que nesse momento desenvolve a grande imprensa. Nessa guerra psicológica, joga um papel
especial a RB$ e seu gorila de plantão, Lasier Martins. Não podemos confundir opinião
pública com a agitação destes meios, que mais do que nunca, exercem o papel de aparelho
ideológico das companhias de ônibus e da administração Fortunatti (PDT). Sabemos, e temos
presenciado nos atos e pontos de ônibus, em nossos locais de trabalho e estudo, que
aqueles/as que de fato necessitam de ônibus, em sua grande maioria estão solidários/as
conosco e, é essa a opinião que nos interessa, uma opinião de classe, dos/as
trabalhadores/as, desempregados/as, dos/as oprimidos/as desta cidade!
A luta contra o aumento, portanto, entra em seu momento decisivo. É importante fortalecer
os espaços organizativos do Bloco de Luta pelo Transporte Público para coordenar as
futuras ações, pensar na utilização de distintas estratégias, intensificar o trabalho de
base e estar preparados/as para responder à altura a campanha difamatória e repressiva que
já está desatada contra nossa luta. Provavelmente irão tentar enfraquecer-nos com a
judicialização do movimento. Teremos de estar muito bem organizados em torno do Bloco para
virar todo esse jogo a nosso favor. O momento é favorável à nossa luta e por isso tentam
nos criminalizar.
Devemos responder com luta e organização, garantindo o Bloco enquanto um espaço amplo e
democrático, com respeito às mais distintas forças, sem aparelhamento e forjando a unidade
nas lutas. É assim que vamos virar a mesa, derrotar o reacionário bloco composto pela
imprensa (que opera como agente ideológico do aumento) pela prefeitura (que opera
politicamente garantindo corruptas instâncias para aprovar o aumento) pelas empresas (que
historicamente cobram uma verdadeira extorsão ao povo de Porto Alegre, disponibilizando um
péssimo serviço e impondo um regime de extrema exploração aos/as trabalhadores/as) e
acumular forças para defender um transporte verdadeiramente público, gratuito e com
controle popular.
Fortalecer nossa organização, a propaganda e o trabalho de base!
Lutar e Vencer com a força das ruas!
FEDERAÇÃO ANARQUISTA GAÚCHA – FAG
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